Quem é a Mônica?
O seu percurso foi pautado por vários concursos:
Destacam-se os primeiros lugares no Roménios em Berlim em 2010;
Campeonato Europeu ‘Euroskills’ em 2011;
EcoFriendly do Portugal Fashionem 2012;
O primeiro prémio no Campeonato Europeu valeu-lhe uma bolsa de estudo que a levou a Itália para trabalhar na prestigiada Barena, cujos princípios influenciam e inspiram para o desenvolvimento do fio no qual terminou com uma classificação de 20 valores.
Com o grande objectivo de estudar e explorar materiais locais e naturais, cria em 2011 o fio de cortiça, projeto que pretende valorizar recursos e técnicas inovadoras com materiais nacionais.
De 2011 até ao momento o seu percurso tem sido dedicado ao desenvolvimento de novos materiais e às novas possibilidades de aplicação de resíduos orgânicos no têxtil.
No que a Mônica trabalha atualmente?
Para além de manter o projecto do fio de cortiça, trabalho com outras empresas na área da inovação e sou professora de matérias na LSD e na World Academy.
Com que tipo de materiais trabalha e por que?
Trabalho com o fio de cortiça e resíduos. Actualmente estou focada nos resíduos alimentares.
Quais os cursos que você ofereçe pela Slow Innovation Brands? O que os alunos podem aprender consigo?
Tingimentos naturais, Couro vegan, produção de bioplástico e Novos materiais (teoria)
Você tem ou teve investidores?
Sim, tenho um grupo de investidores que apostou no projecto do fio de cortiça, após a participação no Sharktank.
Você já participou de algum concurso de startups? Nos conte como foi essa experiência.
Eu participei em vários concursos de design de moda e inovação. O único concurso de Startups foi o “Sharktank”.
Já realizou alguma campanha de crowdfunding?
Até ao momento não.
Qual a sua formação acadêmica? Os conhecimentos adquiridos lhe auxiliaram a criar e a gerir a sua startup?
Tirei o curso de Design de moda e tirei várias formações como: alta chapelaria, moulage e alta costura, corpetes e modelagem 3D com o Mestre Shingo Sato. Fiz 3 estágios profissionais em diversas áreas, ambiente industrial e de atelier e por fim fiz Erasmus em Veneza ao qual mantenho vínculos profissionais.
Quais os resíduos de frutas podem ser reaproveitados e para quê?
Na realidade toda a fruta pode ser reaproveitada, desde que estejamos seguros que conseguimos anular os açucares e manter a fibra com qualidade e resistência ne cessária.
A transformação dos resíduos da banana em matéria prima sustentável envolve o tratamento com químicos? Qual a sua opnião sobre a utlização de produtos químicos na transformação de matérias primas sustentáveis? Elas podem ser nocivas para o meio ambiente e para o homem?
A transformação da banana em matéria prima sustentável não envolve qualquer tipo de químicos. É tudo á base de formulações naturais.
Bem, eu penso que a grande maioria dos casos precisa da utilização de químicos na transformação da matérias primas sustentáveis, para garantirmos a solidez/resistência necessária para o produto chegar ao utilizador com qualidade. O facto de estarmos a substituir percentagem de materiais sintéticos por resíduos é já uma grande conquista.
Quais os benefícios da utilização da banana enquanto matéria prima para a confecção de roupas e objetos?
Ainda não testamos o produto em “grande escala”, para já temos a prova-conceito. Mas ambiciono que o mesmo seja um bom substituto de couros e não tecidos.
Nos conte um pouco sobre o couro de banana criado por si.
O couro de bana é um material que esteticamente é muito semelhante a um couro animal e que tem composição de 100% Casca de banana. É um material com estrtura e alguma flexibilidade, mas que rasga como um cartão. Para o fazer entender, explico que o mesmo tem um misto de comportamento de couro com um TNT.
Nos conte sobre o fio de cortiça de cortiça criado por si.
O fio de cortiça foi e é o meu grande desafio! Conseguir conferir à cortiça uma resiliência e resistência não foi tarefa fácil, pois estamos a falar de um fio que é constantemente exposto a forças de tração e que quando trabalhado em máquina não pode partir. O mesmo confere um toque seco do linho mas tem a beleza e a cor da cortiça, que na minha opinião é único. É que se adapta a diferentes aplicações. Já foi aplicado em vestuário, calçado, mobiliário e têxtil-lar.
Tens outros materiais criados? Eles estão disponíveis para venda?
Sim, já desenvolvi outros materiais mas que irei divulgar a seu tempo. No entanto estamos disponíveis para trabalhar sempre na área do desenvolvimento de novos materiais em parceria.
Mônica Gonçalves, inventora criativa, mulher empreendedora, professora dedicada e amiga querida!
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